
Além de difundir o futebol, um dos maiores legados dos britânicos para o mundo foram as ferrovias. Em todos os cantos onde fincaram sua bandeira ou apenas o seu dinheiro e sua influência, eles construíram caminhos de ferro.
Junto com locomotivas e dormentes, sempre vinha uma bola de futebol. E em torno dela, um ou mais times time era formado. E acabava adotado pela cidade que a abrigava. No Brasil não foi diferente. E, se hoje resta quase nada das antigas estações e rotas ferroviárias, muitos times que nasceram delas permanecem levando o nome as cores para os gramados.

São inúmeras “ferroviárias” e “ferroviários” Brasil afora. Ferroviária de Araraquara/SP, Ferroviário do Ceará, Desportiva Ferroviária do Espírito Santo. No total, 82 equipes. E tem também aquelas que não trazem a ferrovia no nome, mas nem por isso negam suas origens. Noroeste de Bauru/SP, Paulista de Jundiaí/SP, o ASA de Arapiraca/AL são alguns exemplos de uma lista de 51 times.

O publicitário e advogado Ernani Buchmann, apaixonado por futebol e trens, foi atrás dessas histórias e conta tudo no seu livro Quando o futebol andava de trem. Além de listar os times, cores e escudos, ouviu pessoas ligadas aos clubes, historiadores e pesquisadores de futebol e de ferrovias.
O resultado é uma grande viagem por diferentes pontos do país, seguindo estradas de ferro imaginárias até um tempo que nunca descarrilou dos corações dos apaixonados por futebol e trens.
Falando em futebol e trens, não tem como não lembrar dessa cena, na Eslováquia. Futebol amador e Maria Fumaça. Impagável.